quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Tempos que não voltam mais


Ai, que saudades eu tenho daquele tempo! Não, eu não sou velha! Ainda sou jovem, com meus 27 anos bem vividos. Apenas tenho saudades daquilo que crianças de hoje em dia, não sentem mais a mesma graça que as da minha época viam, em um simples carrinho de madeira, ou em uma humilde boneca de pano.

Eu tenho saudades das brincadeiras de rua, pega-pega, esconde-esconde, bolinha de gude, passa anel, peão, amarelinha, corrida, queimada, stop, caderno de perguntas, pula corda, elástico e salada mista. Em todo lugar crianças brincavam disso. Todos eram felizes! Eramos sociáveis.

Me lembro do Plic-Ploc, aquele chiclete duro que vinha figurinhas, e todo mundo levava para a escola para bater bafo. Eu colecionava aquele Chocolate Surpresa, da Nestlê. Levava Ki Suco na lancheira. Tinha uma caixa daqueles bichinhos de plásticos que vinha para pendurar na parede, no Danoninho. O Kinder Ovo vinha estatuetazinhas de metal, quando era R$ 1,00, e hoje só vem quebra-cabeça, bichinho de plástico sem graça e custa R$ 5,00. Quem não se lembra do famoso Tazo? Todo mundo tinha! Substituiu o famoso bafo. Foi uma febre!

Quem não se lembra da nave da Xuxa, das paquitas e dos paquitos, do Sérgio Malandro, da Mara Maravilha, Vovó Mafalda, Bozo, Fofão? Não perdia um episódio do Castelo Ra-Tim-Bum, Glub-Glub, Mundo da lua, As aventuras de Rim Tim Tim. Eu queria ser cientista por causa do X-Tudo. Eu amava o Trem da Alegria, Balão Mágico, Menudos, Dominó. As meninas dançavam aquela música da Angélica "Vou de taxi". Tinha também o Jaspion, Jiraia, Pica-pau, Flintstones, Pantera cor-de-rosa, Punky a levada da breca, Ursinhos Carinhosos, Tom e Jerry, Cavalo de Fogo, Caverna do Dragão, Smurfs, He-man, Thunder Cats, Duck Tales, Família Dinossauro, Tv Colosso. Os Trapalhões era bom, e o Muçum e o Zacarias eram vivos.

Eu tive um Aquaplay. Queria um Pula Pirata, Pogobol, Murfy, Vai-Vem. Como eu adorava ir ao Shopping. Lá tinha uma lugar onde enquanto os pais iam fazer compras, a crianças ficavam brincando de Lego. Tinha o Atari, Iô-iô da Coca-Cola, miniatura das garrafas da Coca-cola. Não posso esquecer do Pirocóptero, aquele que vinha pirulito. Eu tinha uma pasta cheio de papeis de carta, figurinhas do "Amar é...", Fofulete, Meu Pequeno Ponei, e a Mola que vivia quebrando. Nunca tive o Tamaguchi, porque sempre achei um brinquedo sem graça. Quem não se lembra da galinha Maggi, branca e azul, que botava ovos?

Tínhamos a fita-cassete, disco de vinil, toca-fita, toca-disco.

As crianças de hoje em dia que assistirem o filme "O Menino Maluquinho", certamente não acharão a mínima graça, muito menos, se identificarão. O ET - O extraterrestre, tão lindo e puro. Os maravilhosos Clássicos da Disney: A Bela e a fera, A Dama e o Vagabundo, A Pequena Sereia, Pocahontas, Mulan, Branca de Neve, Aladin, O Crocunda de Notre dame. Os vários Esqueceram de Mim, Os Batutinhas, filmes dos porquinhos, ratinhos, e bichinhos afim.

Posso dizer uma coisa, qualquer criança de hoje em dia com certeza não passará por tudo isso. Foi uma época ingênua, genuína e acima de tudo feliz!

domingo, 27 de novembro de 2011

Como eu amo a Av. Paulista!


Podem me chamar de louca e tudo mais, mas eu tenho uma paixão muito grande por São Paulo, em particular a Av. Paulista. Se eu tivesse uma boa quantia de dinheiro, com certeza eu compraria um duplex na Paulista. Bom! Serei mais humilde, me contento com um apartamento com vista para a avenida. Lá eu ficaria horas e horas na sacadinha do meu apartamento - tem que ser com sacada, adoro sacada de apartamento - no penúltimo ou antepenúltimo andar, de um prédio de vinte andares. Também gosto de morar nos últimos andares de um prédio.

No final da tarde eu ficaria contemplando todo aquele corre-corre de mais um fim do dia dos paulistas. Todos aqueles carros passando nos dois sentidos da avenida, com os faróis acesos. A avenida iluminada. As luzes dos comércios acendendo. Pessoas apressadas indo ao ponto do ônibus. Outras indo para Happy Hour nos barezinhos. Veria as decorações de Natal toda chamativa, piscando sem parar, do mais variados modelos. Brigando pela atenção das pessoas. Toda aquela magia ilusória. Não sei porque, mas eu adoro a noite. Adoro as luzes! Tudo parece mágico. Um charme!

Poderiam dizer o que fosse de poluição e tudo mais, mesmo com toda a poluição. Sim! Eu teria alguns dias de vida a menos, mas morreria feliz. Olharia a beleza do pôr do sol todos os dias. Ficaria apreciando as estrelas, sentindo a brisa fresca bater em meu rosto. Ficaria um tempo de olhos fechados. Sem pensar em nada! Apenas sentindo a sensação boa de tudo isso. Pode parecer delirante. Mas não é. Seria muito bom para todos os paulistas que vivem nessa correria infernal do dia-a-dia. Onde tudo é desgastante. Uma rotina.

Nos finais de semana andaria pela avenida, estaria entre pessoas os mais variados estilos. Sem preconceitos. Visitaria espaços culturais. Assistiria peças teatrais, cinema e shows que tivesse por lá. Visitaria exposições de artes plásticas. Levaria sempre a minha filha no parquinho do Parque Trianon, às vezes diria um "olá" para o Tenente Siqueira Campos. Andaria pela feirinha e ao mesmo tempo escutaria os bolivianos tocando suas flautas de bambu. Finalizaria a minha andança na Livraria Cultura. Ficaria horas e horas naquele espaço tão aconchegante. Lendo. Refletindo. Pensando na vida. E assim, iria embora para o meu apartamento. E lá estaria eu, na sacada, esperando a noite chegar. Lendo de preferência um bom livro.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A pobre rica


Pobre não sou pois tenho dinheiro,
Pobre não sou porque ainda não tenho uma casa própria,
Pobre não sou por não ter um carro novo.

Rico não sou por ter pouco dinheiro,
Rico não sou por não ter uma casa própria,
Rico não sou por não ter um carro novo,

Mas tenho saúde de ferro,
Acumulo um grande conhecimento,
Sou uma pessoa de atitudes nobres,
Ainda quero conhecer Londres,
Adoro conjugar o verbo querer na primeira pessoa do presente,
Sou simples e tenho bom gosto,
Sou amiga.

Afinal o que é ser rico e pobre?

Não sei responder a essa pergunta até hoje.

Alguns dizem que ser rico é ter saúde boa - os antigos. Pobre também tem, já pararam para observar que os mendigos, a maior parte deles só morrem de frio.

Outros dizem que ser rico é ter dinheiro, mas quanto? Tem gente que ganha R$ 30.000,00 e diz que usa todo o dinheiro, e mais, que quer ganhar mais, porque o que ganha é pouco - o deputado "x". Há outros que dizem que vive apenas com o dinheiro do Bolsa Família, R$135,00 para sustentar ela e mais seis filhos, e que ainda sobra - a moradora da favela.

Há também aquele que diz que ser rico é aquele que acumula méritos de boas atitudes, o que faz uma pessoa 'grande', rica. Tem os famosos 'espíritos de porcos', os pobres.

Existem aqueles que realmente são ricos, de conhecimentos e sabedoria. Mas também tem aqueles que são realmente vazios, pobres, preferem a ignorância.

Rico é aquele que viaja para fora do seu país. Mas tem vários que se consideram pobre e está indo para o exterior, com pagamento em carnê, em 12 vezes.

Também tem quem diz que rico é aquele que é feliz. Então, somos todos pobres porque nunca estamos totalmente feliz, sempre queremos coisas e mais coisas, independente do que seja, dinheiro, amor, conquistas, bens materiais, bens pessoais, entre outras coisas. Sempre estamos querendo algo.

Tem aquele que se sente rico, que o personagem tomou conta do seu corpo. Roupas caras, tênis da moda, celular que acabou de sair na loja, paga conta de todo mundo, mas a casa em que mora é alugada, não tem comida na geladeira e suas contas andam sempre atrasadas.

Enfim, os mais ricos, ricos de amor, apaixonados. Tudo transborda! Toda alegria é pouca para se chamar de alegria! O amor cura qualquer coisa que esteja ferida. Constrói, destrói, reconstrói. Onde a pobreza é recoberta de vermelho. De todo sangue pulsante unido em apenas um laço. A amizade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O palhaço


Fui ao cinema assistir "O Palhaço", filme nacional. Alguns acharão uma bosta! O que não é verdade. Muito pelo contrário, é um ótimo filme e recomendo.

Um filme muito bom para conhecer de tudo o que rola atrás de todo aquele 'trabalho grandioso', ou seja, o produto final do espetáculo artístico. Para a classe artística, qualquer identificação não é mera coincidência, infelizmente, essa é a grande realidade não apenas para os artistas circenses, como também para todos da classe, atores, dançarinos, cantores, escritores, entre outros que nessa envolve.

Às vezes, sim, somos obrigados a sair de nossas áreas para conseguir coisas materiais, que nos trará satisfação pessoal. Se voltará para a área ou não, essa é a opção de cada um. Alguns preferem sair definitivamente, outros acabam conhecendo outras habilidades próprias que se darão melhor, tem até aqueles que se perdem não indo a canto nenhum, também tem aqueles que voltam, há aqueles que trabalhas em mais de uma coisa deixando isso como hobby.

Temos muito amor àquilo que fazemos, para pouca recompensa financeira. Infelizmente não temos tanto incentivo do governo. Já vi trabalhos horríveis que o governo bancou. Como também já vi trabalhos bons que sequer pensaram em bancar. Acham que tudo o que é cultural, é um supérfluo. Se queremos nos dar bem, que seja de dinheiro particular. Que tenhamos bons 'PAItrocínio', caso contrário, ter a sorte de encontrar um bom patrocinador, ou até vários.

domingo, 20 de novembro de 2011

O que é a "Gota d´água" para você?


Notoriamente é o número de compartilhamento na rede social do vídeo intitulado "A gota d´água". Alguns pensarão que é da peça teatral, obra escrita pelo Chico Buarque e Paulo Pontes. Engane-se! Tudo não passa de uma manifestação contra a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

Tudo parece tão empolgante, animador e estimulante na fala de atores globais consagrados, o que por sua vez, nos tenta convencer a assinar a tal petição. Mas até aonde, muitos que assinaram sabem realmente do histórico de toda essa polêmica? Tem gente assinando e nem sabe o que é Belo Monte. Muito menos sabe aonde fica. Nem do que realmente se trata. E assim fica, no embalo, tudo tão belo, convencendo em textos decorados nas falas daqueles que sabem fazer isso.

Fiquei perplexa quando um dos atores disse que para a construção da usina, o governo terá que desembolsar R$ 30 bilhões, acompanhado de uma pergunta "Quem é que vai pagar?". A exatamente três semanas atrás em uma "revista de elite" tinha uma matéria, cujo assunto, era corrupção, dizendo que R$ 85 bilhões eram surrupiados dos cofres públicos. Dinheiro de quem é tudo isso? Convém nem responder, acredito que todos que lerem isso, com toda a certeza terá um grande discernimento para responder essa pergunta.

Uma outro fato que parece muito comovente no vídeo, é quando um outro ator diz que será desmatada 690 km² de floresta, o que na verdade são 175 km². Pode ser impressão minha, mas o que parece é que a perda da floresta em uma larga escala de uma só vez, causa muito mais impacto, que a sua perda gradativa.

O desmatamento já vem acontecendo faz muito tempo. A média de desmatamento entre 2000 e 2005 foi de 22.392 km² por ano. Cada vez mais fazendeiros vem devastando florestas para atividades agrícolas e pecuárias. Muitas pessoas não sabem, mas quando o solo se esgota, se tornando impróprio para o cultivo, esses agricultores se mudam para outra região, devastando mais a floresta. Um outro fato, foi a construção de duas grandes rodovias na região, derrubando mais árvores. Fora o tráfico de madeiras que tem por lá.

O curioso de tudo isso é que ninguém faz absolutamente nada para impedir tudo isso. Deixando de fora as duas rodovias, todas as outras coisas que ocorrem por lá, infelizmente não tem a ver com o bem comum de todos. Toda essa hipocrisia de uma sociedade egoísta, essa sim é a gota d´água. Fazem alguma coisa contra isso? Não!