quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

"A Vendedora de fósforos" - Hans Christian Andersen

Aproveitando que ainda estamos em clima de festas de final de ano. Hoje, eu vou escrever sobre um história que me faz lembrar muito essa época. A história é "A vendedora de fósforos", de Hans Christian Andersen, tenho certeza que muitos a conhecem por ter ouvido em algum momento da vida. Mas antes de começarmos a história, vamos entender um pouquinho do que há por trás dela, falando um pouco do autor.

Hans Christian Andersen nasceu em 2 de abril de 1805, na cidade de Odense, na Dinamarca, vindo a falecer em 1875. Como ele teve um infância pobre, conheceu desde pequeno os contrastes da sociedade. Sabia das diferenças entre o pobre e o rico, o poderoso e o impotente, o fraco e o forte. Devido a isso, muito dessas características estão presentes em suas obras. Seu desejo era mostrar que todos deveriam ter direitos iguais.

Já que conhecemos um pouco sobre o autor, agora eu vou contar a história.

A história se passa no finalzinho de tarde, na Dinamarca. Uma garotinha muito pobre, com os pés descalços, caminha pelas ruas, andando pela neve fofa. Seus pés estavam roxo de frio. Saíra de sua casa com chinelos que eram de sua mãe, porém eram tão grandes que ao atravessar uma rua, seu chinelo ficara enterrado na neve. O outro, um garoto levara embora.

No bolso de seu avental, uma caixinha de fósforos, em sua mão um feixe deles. Tentara vender durante todo o dia, mas as tentativas eram frustante. Nas janelas das casas, as árvores de Natal piscavam e mesas fartas para a ceia de Ano Novo começavam a ser posta. Ela estava com muita fome e frio. Ver aquilo, e sentir o cheiro das comidas, a deixava mais faminta. Queria ir para a casa. Pelo menos lá estaria mais quente, mas temia a surra que levaria de seu pai por não levar uma moeda para a casa.

Acomodou em um canto de uma casa. O frio era demasiado. Riscou um fósforo e envolveu a chama com a outra mão para tentar se aquecer. Viu uma lareira, estava ficando quente. De repente, tudo se apagou.

Riscou mais um fósforo. Viu uma mesa com um ganso assado fumegante, recheado com ameixas e maça. O fósforo se apagou e tudo sumiu.

Acendeu outro fósforo, e uma árvore com muitas luzes de vela, de repente, não eram velas e sim, estrelas. Uma delas caiu formando um longo rastilho, e se apagando. Lembrou de sua vovó que falava que quando uma estrela se apaga, alguma alma sobe para o céu.

Mais um fósforo foi aceso, e viu sua vovó.

"– Vovó! – gritou a pequena. – Leva-me contigo! Sei que não mais estarás aí quando o fósforo se apagar. Desaparecerás, como a boa lareira, o delicioso ganso assado e a grande, linda árvore de Natal!"

Acendeu rapidamente outro fósforo para que permanecesse a figura de sua vovó. E assim foi toda a sua caixinha de fósforo, até que sua imagem ficou grande. As duas voaram juntas para um lugar onde não teria mais fome e nem frio.

No dia seguinte, a menina ainda estava entre as duas casas com todos os fósforos queimados. Alguém disse:

"- Queria esquentar-se, a pobrezinha!"

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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

"O Vilarejo" - Raphael Montes

Hoje eu vou escrever sobre um livro de um autor brasileiro, o Raphael Montes. Geralmente temos preconceito ao ler livros de autores nacionais, ainda mais se tratando do gênero policial, julgando-o ruim antes mesmo de lermos. Eu, a princípio, fui uma dessas. Estava acostumada a ler autores como Agatha Christie, Stephen King, ou até mesmo romances policiais como os livros de Sidney Sheldon, não esquecendo da febre atual dos livros de Stieg Larsson...e vi que estava enganada, temos coisas boas por aqui.

Muitas pessoas que adoram literatura policial já o conhecem, mas para aqueles que não o conhecem, deixo aqui o penúltimo livro que ele escreveu. O livro é "O Vilarejo" e conta com ilustrações maravilhosas de Marcelo Damm. Vocês irão ver algumas delas por aqui.

A história começa da seguinte forma, em 2014, Raphael Montes recebe uma ligação de um sebo em Copacabana, que lhe oferece alguns livros da falecida Elfrida Pimminstoffer. No meio desses livros ele encontra três cadernos de capa de couro, com textos escritos a mão, na língua cimério e com ilustrações tenebrosas. No interior das capas dos cadernos tinha o nome de Peter Binsfeld, que ao procurar na internet, descobriu que ele era um padre, teólogo e demonologista. Quis saber o que estava escrito, e pediu ajuda para o professor Uzzi-Tuzii, conhecedor da língua ao qual o texto estava escrito. Ele se recusou a ajudar, mas ofereceu um dicionário cimério-italiano. Assim, Raphael o traduziu.

O seu conteúdo era composto por sete histórias que se passava em um vilarejo, esse que por algum motivo não existe mais. Mas talvez você entenderá a causa após ler esse livro.

"O vilarejo, se existiu em algum momento, sumiu do mapa. Os cimérios desapareceram como se a terra os tivesse engolido."

Nele relata que o vilarejo encontrava dificuldades para que chegasse comida na região. As saídas estavam soterradas, de modo que ninguém entrava e nem saia. O lago estava congelado. O frio destruiu comércio e plantações. Muitos estavam morrendo.

Em o "Banquete para Anatole", o primeiro conto. Felika desesperada com a situação, junto com suas três crianças, fez um pequeno estoque de broto, raízes e ossos de rato para dar sabor na sopa. Mas por mais que ela tentou estender o estoque, de nada adiantou, acabou. Ninguém mais tinha comida. Anatole, seu marido, tinha ido para a floresta em busca de comida, mas ainda não voltara. Dias se passaram. As crianças não comiam há dois dias...Anatole chega com o que havia conseguido da floresta.

"Espanta-se que a esposa esteja tão sadia e corada. — Tenho dado meu jeito — gaba-se Felika. — Parece até um tanto mais... gorda!"

Ao chegar na sala, a procura das crianças, ele encontra um cenário de horror. O que teria visto Anatole?

A segunda história é "As Irmãs Vália, Velma e Vonda". Vália, dezessete anos, namorada de Krieger e irmã mais velha das irmãs gêmeas Velma e Vonda, treze anos. Todos os domingos Vália, com seu namorado, levava suas irmãs ao descampado para se encontrarem com sua amiga Jekaterina e poderem criar histórias. Em suas criações elas utilizavam pessoas do Vilarejo como seus personagens. Velma que era a mais mandona das irmãs, entendiada com a história que já tinham começado, propõe que começassem uma outra, cujo personagem seria Krieger. Mas Vonda em sua imaginação, acabou misturando os seus devaneios com a realidade...e o resultado infelizmente foi cruel. O que teria feito Vonda?

Uma outra história é "O negro caolho". Um negro chega no Vilarejo a procura de suas duas filhas. Seu nome era Mobuto. Ao chegar, Ivan, um morador do Vilarejo o espanca dizendo ser um monstro. Todos os moradores o apoiam nisso e continuam o massacre. Porém, Helga, uma moradora, ao ver fica injuriada com a cena e o salva das mãos do bruto, levando-o para sua casa. O negro passa a trabalhar para a mulher em troca de moradia e comida. O tempo passa e ele fica desconsolado porque se continuasse daquele jeito, iria ficar para o resto da vida naquela casa. Não vendo outra opção, começa a ficar rebelde. Helga passa a dar razão aos moradores do local e o trata mal...Qual teria sido o destino de Helga?

A quarta história é "A doce Jekaterina". Mikahil adormecido em um banco na ala hospitalar da cidade é despertado pelo choro de uma criança. Fora cansativo a sua viagem de trem até lá. Seus últimos vinte e cinco anos que passara no vilarejo resultou-o em uma aparência repugnante e piedosa. Suas lembranças passadas começaram a vir a tona. Era obcecado por mulheres fartas. Suas relações todas eram com prostitutas. Até algo o chamar atenção, Jekaterina, sua vizinha, uma jovem farta. Ele passa a persegui-la. Porém, um dia, ele abusa sexualmente da pobre garota. Os abusos começam a serem constantes. Mas um dia ela some, retornando muito tempo depois com uma surpresa para Mikahil...O que seria?

A outra história é "A verdadeira história de Ivan, o ferreiro". Ivan, preguiçoso que era, estava tomando coragem para ir atrás de alimentos e madeiras para se aquecer no frio. Comendo seus dois últimos biscoitos que tinham no pote, lembrou de quando suas encomendas chegaram no vilarejo, duas negras que vieram dentro de maletas, com idade entre sete ou oito anos. Elas seriam suas escravas e foram levadas para o porão, onde passariam a viver. Mas de onde viera essas meninas? Depois lembrou de uma visita inesperada, que afinal, ele esperava há tempos. Quem seria?

Em "O porquinho de porcelana da Sra. Branka", o sexto conto, Latasha era uma menia orfã que foi criada por sua avó por parte de mãe, a Sra. Branka. Sua avó se dedicava a costura, que vez ou outra saia para entregar as costuras na cidade ou para falar com o seu contador. Então, desde pequena aprendeu a se virar sozinha. Também aprendeu a dar valor no dinheiro. Mas o tempo passou, os gastos aumentaram, enquanto o que ganhava era pouco para sustento. A medida que Latasha ia crescendo, mais gastos tinham. Ganharam um porquinho de porcelana do contador para que poupassem o dinheiro. A orfã já não aguentava mais a avó e a suas mesquinharias. Sua avó fissurada por dinheiro que era, teve que fazer algo muito radical. O que teria feito a Sra. Branka?

E para finalizar, a última história: "Um homem de muitos nomes". Anatole saíra  a busca de alimentos. Já estava fora de casa há dias, prestes a morrer no meio da floresta e sem nada caçado. Pensa nos três filhos e em sua esposa Felika, quando de repente recebe a ajuda de um velho e desconhecido, que o alimenta. O velho oferece suas caças para que ele pudesse levar. Chegando em sua casa, cumprimenta a sua mulher com um beijo demorado, vai ao encontro das crianças e o cenário é de horror. Quem seria esse homem que o ajudou?

Todos os acontecimentos tenebrosos do vilarejo foram desvendados.

"— Meu caro Anatole, estou feliz em vê-lo novamente. — O velho curvado surge de um canto escuro e estende a mão numa saudação cordial. — Fez bom uso da comida que lhe dei?"

Quem escrevera esses contos? Raphael Montes procura a bisneta de Elfrida Pimminstoffer, Ana, e fica encabulado ao descobrir informações de quem escrevera esses contos. Então, por meio de uma foto, Raphael descobre o verdadeiro autor. Quem seria? Teria mesmo existido o vilarejo? Você fica com um misto de que talvez sim, ou não.

"Tentei saber a origem de Elfrida, mas Ana não tinha muito a dizer. A bisavó morava na região da Ciméria, no Leste Europeu. Quando resolveu vir para o Brasil, fugindo de uma guerra civil, assumiu um novo nome — Elfrida — e fez aqui sua família."

Para quem não leu "O Vilarejo", eu aconselho que leia. Um livro muito bom, onde seus contos são muito bem amarrados entre um personagem e outro, o que faz com que a gente vá entendendo o porque das situações. Ele traz sete contos, cada um como forma de representação de um dos sete pecados capitais e seu respectivo demônio. São eles: Belzebu (gula), Leviathan (inveja), Lúcifer (soberba), Asmodeus (luxúria), Belphegor (preguiça), Mammon (ganância) e Satan (ira). Como o gênero do livro é policial, não tinha porque eu ficar detalhando muito os fatos no resumo, por isso, deixei para que vocês lessem e descobrissem por conta própria muitas coisas que não escrevi aqui. Corra pegar o seu livro!

Avaliação:   😊😊😊😊😊

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

"A Árvore de Natal na Casa de Cristo" - Fiodor Dostoievski

Hoje, às vésperas de Natal, resolvi falar sobre um conto maravilhoso. Muitos já devem ter ouvido falar dele por ele ser antigo. Ele foi escrito em 1876. O conto é "A Árvore de Natal na Casa de Cristo", escrito pelo russo Fiodor Dostoievski.

A história se inicia com um menino de mais ou menos 6 anos e sua mãe, recém chegados de uma cidade pequena, pelo menos foi o que deu a entender, que se alojou em um porão úmido e frio.

Sua mãe estava acamada em um colchão de palha finíssimo e o menino se entretendo com a fumaça branca que saia de sua boca quando expirava.

"Tendo apalpado o rosto de sua mãe, admirou-se muito: ela não se mexia mais e estava tão fria como as paredes. "Faz muito frio aqui", refletia ele"

Resolveu sair para a rua, aproveitando que os cachorros não estavam por perto. Sentia muito frio e fome. Se assustou com aquele cenário da imensidão da cidade na noite fria.

Olhou através de uma grande vidraça, e viu um quarto com uma árvore de Natal enorme, com muitas luzes e enfeites. Ao redor, bonecas e cavalinhos, além de crianças bem vestidas e limpas que estavam brincando, rindo, comendo e bebendo. E...ao lado de fora, um menino sujo, faminto, com frio e vestindo roupas velhas. Como se a vidraça separasse esses dois mundos totalmente diferentes.

Seus dedos doíam de frio. Ele chorava e corria. Passou por uma outra casa e viu bolos de tudo que era qualidade. Várias pessoas elegantes entrando pela porta da casa. Tentou entrar, mas os gritinhos e os alvoroços o fez sair correndo. Uma senhora deu uma moeda, que caiu, porque seus dedos não fechavam de frio. Teve medo e saiu correndo. Estava solitário.

Em uma outra vidraça:

"Um velho sentado parece tocar violino, dois outros estão em pé junto de e tocam violinos menores, e todos maneiam em cadência as delicadas cabeças, olham uns para os outros, enquanto seus lábios se mexem"

Ele pensou que eram pessoas. Riu. Para ele era novo aquilo, nunca tinha visto bonecos daqueles. Ele achou muito engraçado. De repente um garoto alto e malvado maltratou o menino. As pessoas que viram se assustam e gritaram. O menino saiu correndo porque ficou com medo, encontrando um lugar aconchegante e que ninguém encontraria ele. Pensou novamente nos bonecos e sorriu. Ele queria voltar para vê-los.

O menino ouvindo uma voz cantando achou que era sua mãe porque era muito parecida com a dela.

"Mamãe, vou dormir; ah! como é bom dormir aqui!"

A voz o chamava para ver a árvore de Natal. Algo o abraçou e logo tudo ficou claro e iluminado. Não sabia onde estava. Apenas viu a sua volta meninos e meninas que o abraçavam. Todos estavam ali para ver a árvore de Natal de Cristo.

Ele viu a sua mãe.

— Mamãe! mamãe! Como é bom aqui, mamãe! — exclamava a criança. De novo abraça seus companheiros, e gostaria de lhes contar bem depressa a história dos bonecos da vidraça...

Querem saber mais? Deixo para que vocês leiam. Esse conto apesar de antigo, temos muito desses cenários nos dias de hoje. São imigrantes que vem para cidade grande em busca de melhores condições de vida. Deslumbrados com o novo, iludidos, muitos se desiludem rapidamente.

Avaliação:   😊😊😊😞😞

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

"A Fantástica Fábrica de Chocolate" - Roald Dahl

Hoje eu vou escrever sobre um livro tão delicioso de ser lido.  Bom! Você entenderá do que estou falando. O livro é "A Fantástica Fábrica de Chocolate", de Roald Dahl, escrito em 1964. Muito conhecido por muitos pela estréia nos cinemas em 2005, com a direção de Tim Burton, sendo essa a segunda adaptação.

O livro começa apresentando a grande família que mora na pequena casa de madeira, nos arredores de uma cidade grande: o Vovô José e a Vovó Josefina, pai e mãe do Sr. Bucket; o Vovô Jorge e Vovó Jorgina, pai e mãe da Sra. Bucket; o Sr. e a Sra. Bucket e Charlie.

O único que trabalhava naquela casa era o Sr. Bucket, em uma fabrica de pastas de dente, tampando tubos de pastas de dente. O dinheiro que ele ganhava? Coitado! Era muito pouco para sustentar toda a família.

Como Charlie estava em fase de crescimento, o pai e a mãe dele deixavam de almoçar ou jantar para que o pequeno pudesse comer. Era repolho na sopa, repolho com isso, repolho com aquilo, repolho de tal jeito. Mas a vontade do menino era a de comer chocolate.

Ele comia chocolate uma vez por ano, quando ganhava no dia de seu aniversário. A família toda economizava para que pudessem comprar uma barrinha de chocolate para ele. Quando ganhava, ele guardava em uma caixinha de madeira e ficava a namorar por dias e mais dias, até que a vontade era maior...e comia um pedacinho bem pequeno, e mais um outro no dia seguinte e assim ia, só para sentir aquela sensação do gosto do chocolate de ser.

Perto de sua casa tinha uma imensa fabrica de chocolate a Fábrica Wonka, a maior de todas que existem no mundo, que pertencia a Willy Wonka. Charlie passava duas vezes no dia, uma quando ia e a outra quando voltava da escola. Ai! Ai! O cheiro. Que cheiro!

Vovô José resolveu contar a história do Sr. Wonka para Charlie, falando de sua inteligência, das suas invenções...e que invenções:

"...o Sr. Willy Wonka faz maria-mole com gosto de violeta, e caramelos que mudam de cor a cada dez segundos enquanto você chupa, e docinhos leves como plumas que se derretem deliciosamente assim que você os põe na boca..."

Bom! Vou parar porque senão eu vou ficar com água na boca, assim como Charlie ficou.

Mas havia algo muito estranho por lá:

 — De lá... ninguém... sai...
— Como assim? — perguntou Charlie.
— E... lá... ninguém... entra...
— Lá onde? — gritou Charlie.
— Na fábrica do Sr. Wonka, claro!"

Queria saber mais, mas sua mãe o chamou para dormir.

No dia seguinte, Vovô José continuou contando sobre a fábrica do Sr. Wonka. Ele contou que todos os funcionários haviam sido demitidos. A causa? A inveja de outros fabricantes, que começaram a mandar espiões para roubarem as receitas. Mesmo assim, a fabrica permaneceu funcionando depois disso. E quem estaria trabalhando?

Sr. Bucket chega do trabalho com um jornal pelo qual a manchete dizia:

"Eu, Willy Wonka, decidi permitir que cinco crianças — somente cinco, nem uma a mais
— visitem minha fábrica este ano. Os cinco felizardos serão recebidos pessoalmente por mim, e
poderão conhecer todos os segredos e mágicas de minha fábrica."

E lá foram as crianças de todo lugar do mundo procurar os tais de um dos cinco bilhetes dourados. Charlie estava desesperançoso. Suas chances de encontrar um bilhete era quase zero. Mas o seu aniversário estava chegando, seria a uma semana.

Nos jornais, o primeiro que encontrou o bilhete, Augusto Glupe, um menino que comia chocolate todos os dias. O segundo bilhete, a sortuda foi Veroca Sal, filha de uma pai riquíssimo, que comprou milhares de chocolates Wonka para encontrar o bilhete.

Charlie havia ganhado uma barrinha de chocolate de aniversário, todos estavam esperançosos em sua casa, mas ao abrir...só havia o chocolate.

Mais dois encontraram o bilhete, a Violeta Chataclete, a garota que mascava chiclete o dia todo, e o outro, Miguel Tevel, o garoto que não tirava o olho da tv e adorava os bandidos.

No dia seguinte, o Vovô José tentou a sorte, e enquanto os outros dormiam, ele chamou o menino, pegou a moedinha que tinha e comprou Surpresa de Nozes Wonka. Ninguém podia saber disso.

"Os dois arregalaram os olhos para ver o que tinha caído do papel. Era uma barra de chocolate — só isso."

O inverno chegou, Charlie andando pela rua, encontrou algo prateado na sarjeta, no meio da neve...era uma moeda! Ele corre para a loja, como não era de se esperar, compra o chocolate Wonka.

"— É um Cupom Dourado! — gritou o vendedor, dando pulos no ar. — Você achou o último Cupom Dourado! Inacreditável! Venham todos, venham ver!"


Chegado o grande dia, Charlie e Vovô José vão a fábrica de chocolates do Sr. Wonka. Estavam todos os sortudos com seus acompanhantes a espera. O Sr. Wonka levou-os para dentro da fábrica. Todos estavam maravilhados com o lugar. Comeram gramas de chocolate, experimentaram os copos-de-leite, viram rios e mais rios de chocolate para tudo que é lado...e umpa-lumpas!? Que eram esses pequenos homenzinho? Foram importados de Lumpalópolis, comedores de sementes de cacau, que foi convencido, sem muita insistência a trabalhar para Sr. Wonka.

Augusto Glupe, teimoso que era, acaba caindo em um rio de chocolate. Seus pais ficam revoltados com a calma de Sr. Wonka. Os umpa-lumpas acompanham os pais de Augusto até a sala de cobertura de chocolate para busca o menino.

Augusto não continuaria mais o passeio.

De repente, deslizando  pelo rio de chocolate, aparece um barco esculpido de doce. Todos sobem. Sr. Wonka que estava sentado do lado oposto de Charlie, ao vê-lo, pega uma caneca e enche de chocolate oferecendo para o menino:

"— Beba — ele disse. — Vai lhe fazer bem! Você parece morto de fome!
Depois o Sr. Wonka encheu mais uma caneca e deu para Vovô José. — Você também —
ele disse. — Parece um esqueleto! Qual é o problema? Não tem tido o que comer em casa?
— Não muito — disse Vovô José."

Seguindo o percurso do rio, Sr. Wonka para diante a Sala de Invenções. Quando todos entraram, ele avisa para ninguém mexer e nem provar nada porque ainda estava em fase de experimento. Mas Violeta Chataclete não deu ouvidos e colocou um chiclete na boca. O nariz da menina ficou vermelho. Depois ficou inchada igual uma grande amora. Ela foi levada por umpa-lumpas para a Sala de Sucos para se espremida. Continuaram o passeio sem a Violeta Chataclete.

Chegaram na  Sala de Nozes. Essa sala os umpa-lumpas não trabalhavam por não conseguir tirar direito as nozes da casca. Quem trabalhava nessa sala eram os esquilos. Veroca Sal, mimada que era, queria um esquilo a todo custo, e foi pegar. Quando foi pegar, todos os esquilos foram para cima da menina, e a levaram para o incinerador. Por sorte, só o acendiam dia sim e dia não, e aquele, era o dia não.

Agora eram apenas duas crianças, Charlie Bucket e Miguel Tevel. Miguel já não aguentava andar, queria televisão. Dentro do elevador viu um botão escrito Chocolate - Televisão, apertou o botão. Foram todos para a sala que era muito brilhante e branca, precisavam de óculos escuro para que pudessem ficar nela. Sr. Wonka transformou uma enorme barra de chocolate em uma pequena que estava sendo transmitida na tv, podendo pegar e comer. Miguel correu, não dando tempo de ninguém impedi-lo. Infelizmente, ele estava sendo transmitido na tv e não tinha mais que 2,5 cm de altura. Os Srs. Tevel estavam desesperado. Sr. Wonka propôs que colocasse na máquina de testar elasticidade de chiclete para alongá-lo de volta.

Sobrou Charlie acompanhado de seu Vovô José:

"O Sr. Wonka de repente explodiu de entusiasmo. — Mas, meu garoto, isto quer dizer que você ganhou!"

O que aconteceria com Charlie? E as outras crianças? Teria sido isso apenas uma grande aventura inesquecível aos quais seu Vovô José e Charlie nunca esqueceria, mas continuariam na pequena casa passando por necessidades? Ou a vida desse pequeno iria mudar, trazendo benefícios para toda a sua família? Leiam! Vocês não vão se arrepender!

É um tipo de leitura que a gente se delicia com cada palavra, além de ser fácil, tranquila e emocionante. Fica um gostinho de que você quer ser um dos sortudos que encontraram o bilhete dourado. Gosto do Vovô José, lembra muito aquela figura do vô simples, que brinca de bolinha de gude, peteca e solta pipa junto. E Charlie, o menino ingênuo, que mesmo não tendo tudo na vida é feliz porque tem o principal, o amor da família. Em contraste, as outras crianças, Miguel, Violeta e Augusto, que tem de tudo, mas não tem essa essência simples que Charlie tem.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

"Um conto de natal" - Charles Dickens

Como estamos próximos da data mais alegre, feliz e esperada por muitos, quer dizer, com exceção de Scrooge. Sim! A data a qual me referi é a do Natal. A época das mesas fartas, de todos reunidos, da fraternidade, novamente, exceto para Scrooge. Não esquecendo, que para os católicos, a comemoração do nascimento de Jesus.

Você deve estar me perguntando quem é Scrooge?

Pois bem, já falarei dele. Hoje eu vou escrever sobre o livro "Um conto de Natal", um grande clássico de Charles Dickens, foi escrito em 1843.

O livro traz a história do velho e pão-duro Ebenezer Scrooge, que nem no dia do velório de seu sócio Marley, companheiro e amigo de trabalho de muitos anos, ele poupou a fazer negócios. Uma pessoa totalmente fria e áspera, que jamais um coração acalorado poderia aquecê-lo.

"O frio e  o calor tinham pouca influência sobre Scrooge. Calor algum podia aquecê-lo e nem o vento do inverno esfriá-lo. Nenhum vento que soprasse era mais áspero que ele, nenhuma neve que caísse era mais insistente e determinada em seus propósitos e nenhum temporal podia ser mais desagradável."

Na véspera do Natal, seu sobrinho cheio de alegria e, generoso que era, vai até a empresa do avarento onde ele estava trabalhando, como em todos os outros anos, para chamá-lo para ceiar com a família, mas, como sempre, ele recusou o convite.

"– Que motivos você tem para estar feliz sendo pobre desse jeito? - Scrooge
– Se for por isso, que motivos tem o senhor para estar tão mal-humorado, que razões para estar tão ranzinza, sendo rico desse jeito? - sobrinho"

Preferindo ficar solitário em sua casa. Para o velho, o Natal era coisa de pessoas tolas, as pessoas ficavam felizes a toa, gastavam dinheiro sem precisar. Também, não viam porque de ser solidário nessa época, uma vez que já 'contribuía' pagando os impostos. Quando dois cavalheiros aparecem em sua empresa pedindo contribuição:

"– Já que os senhores querem saber o que penso, eis minha resposta. Não festejo o Natal e 
não me dou ao luxo de alegrar vagabundos. Contribuo para o sustento das instituições 
de que falei antes, e isto é o bastante. Quem estiver passando necessidade, que procure por elas."

De noite, já em sua casa, aparece o fantasma de Marley, seu ex-sócio, com correntes pelo corpo. 

"– Carrego a corrente que fiz em vida – respondeu o Fantasma. – Fiz cada um destes elos,
metro por metro, e enrolei-os em volta da cintura, por minha livre vontade, e por livre vontade
arrasto-os por toda a parte. Olhe para esta corrente, não se parece com alguma que você
conhece?"

Falou das consequências que ocorreram com ele após a morte, devido as coisas que andou fazendo enquanto estava vivo. Coisas que se assemelhavam com a pessoa dele. O velho ranzinza estava em uma mistura de dúvida e medo. Não sabia se aquilo era real, mas ao mesmo tempo tinha medo também. O orgulho, a frieza, a aspereza estava sumindo nesse momento e dando lugar ao pavor. Então, o fantasma deixou um recado dizendo que três fantasmas iriam visitá-lo.

O primeiro fantasma foi o Fantasma dos Natais Passados, ele apareceu, levando-o para um passeio no passado. Mostrando que ele tinha mais compaixão, não era frio e ranzinza. Tinha o desprezo do pai, mas o carinho da irmã. Além de ver, a perda do seu grande amor, o início de quando começou a ser o que é hoje.

O segundo fantasma apareceu, o Fantasma do Natal Presente, e mostrou o quanto ele estava sendo egoísta como patrão, sendo injusto com o seu funcionário, pagando um salário muito baixo. Viu o que ele perdeu por ser avarento, presenciando seu antigo amor com família constituída e feliz. Também foi visitar a festa natalina, ao qual foi convidado e não foi. Nesta festa, em uma conversa entre seus sobrinhos:

"– Sua riqueza não lhe serve para nada, nem para fazer um bem qualquer a alguém. 
Sequer lhe serve para tornar a sua própria vida mais confortável. Não tem nem mesmo
 a satisfação de pensar que um dia nós é que iremos desfrutar de toda essa fortuna! 
Há! Há! Há! - sobrinho"

E por último, o Fantasma do Natal Futuro, a princípio mostrou conversas em um velório. Ao que parecia, de uma pessoa com muito dinheiro. Pessoas comentando com quem iria ficar todo o dinheiro, outras querendo se aproveitar da situação. Então, o fantasma andando entre as lápides, parou e apontou para uma delas, Scrooge nesse momento estava tremendo e foi ver:

"– Antes que eu me aproxime da lápide para a qual você está apontando, responda uma
pergunta: essas são as sombras das coisas que vão acontecer ou daquelas que poderão
acontecer?"

Estaria tarde demais para que Scrooge pudesse reverter esse triste destino? Ou estava nas mãos dele mudar o fim da sua história? O final eu deixo para que vocês leiam e descubram. E mais, leiam porque vale muito a pena. 

O conto é maravilhoso e já foi utilizado em muitas adaptações como no cinema, teatro, até mesmo quadrinhos, como no personagem de Tio Patinhas. É um livro que nos faz refletir sobre aquela tal frase que muitos dizem por aí sobre 'muito dinheiro trazer felicidade'. E quando se trata de mesquinharia? Não apenas isso, mas a importância de sermos solidário, os valores humanos, a presença do espírito natalino não apenas no Natal, mas para a vida.

Avaliação:   😊😊😊😊😊

sábado, 17 de dezembro de 2016

"O Hobbit" - J.R.R. Tolkien

O primeiro livro do Tolkien que peguei para ler foi "O Senhor dos Anéis - A Sociedade dos Anéis", há dez anos, desde aquele dia não quis mais pegar mais nenhum livro dele para ler. A leitura não fluía, e todas as vezes que eu inventava de recomeçar a ler, era a mesma coisa. Resultado, não passei do primeiro capítulo. Mas o tempo foi passando e algo me fez a querer fazer uma nova tentativa, mas com outro livro dele: O Hobbit.

E o que falar desse livro apaixonante? Tolkien é fenomenal! Um livro infanto-juvenil que ele escreveu para seus filhos e foi publicado pela primeira vez em 1937.

Uma dica para quem passou pela mesma experiência que eu, dizendo não gostar do livro "Senhor dos Anéis": leia "O Hobbit" primeiro. Você perceberá que a leitura fluirá muito mais e amará todos eles. Sim, já estou lendo "O Senhor do Anéis".

 O livro traz uma aventura épica que se passa em um tempo 'entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens', envolvendo Bilbo Bolseiro, o hobbit, morador do Condado, acostumado com a sua vida simples, cheio de comida e conforto em sua toca.

Um belo dia Gandalf, o mago, aparece em sua toca e o convida para uma aventura, por ter conhecimento de sua natureza ágil, julgando ser essa a melhor escolha para a missão. Mas eles não iriam sós. Os anões Balin, Bifur, Bofur, Bombur, Dori, Dwalin, Fili, Gloin, Kili, Nori, Oin, Ori, Thorin Escudo-de-Carvalho seriam seus companheiros dessa jornada, afinal os grandes interessados eram eles mesmos.

Com muita relutância de Bilbo, e desaprovação dos anões por duvidarem que ele seria o ladrão ideal para a missão, todos foram, inclusive o Bolseiro, ajudar os anões a recuperar, ou roubar, seus tesouros dominado pelo dragão Smaug, que vivia nas masmorras da Montanha Solitária, na Terra Média.

"Se você voltar, não será mais o mesmo." - Gandalf

Apesar de estarem cientes de que teriam que enfrentar o dragão Smaug, eles não esperavam que durante o trajeto enfrentariam trolls, wargs, orcs e aranhas assassinas, entre outros apuros. Foi então que Bilbo começou a ser respeitado, porque graças a sua agilidade e esperteza, os anões não tiveram fins trágicos nas mãos dessas criaturas.

"E por favor não me cozinheis, amáveis senhores! Eu próprio sou um bom cozinheiro, 
e cozinho melhor do que sou cozinhado, se entendem o que quero dizer. 
Cozinherei maravilhosamente para vós, um pequeno almoço perfeitamente 
maravilhoso, desde que não me janteis." - Bilbo

Durante o percurso eles acabam se encrencando com os orcs. Então, os anões e Bilbo passam a ser perseguidos durante a aventura. Mas em uma dessas perseguições, nas Montanhas Sombrias, Bilbo cai e fica desacordado. Quando Bilbo acorda, ele está sozinho. Engatinhando pelo caminho escuro, ele se depara com algo no chão e o coloca no bolso. Indo mais adiante, se depara com lago, e acaba conhecendo uma criatura muito interessante, o Gollum. Não poderia deixar de falar dele, afinal, a história dele será muito importante para quem for ler "O Senhor dos Anéis". 

"O que é ele, preciossssso?" - sussurrou Gollum

Bilbo só queria sair de lá, estava perdido na escuridão, mas Gollum propôs um jogo de advinhas. Se Bilbo vencesse, Gollum mostraria o caminho certo para a saída, caso o contrário, seria o fim do Bolseiro. Assim foi, entre umas advinhas e outras, sem ainda ter um vencedor, quem pergunta é o hobbit:

"O que tenho em meu bolso?"

Infelizmente Gollum não sabia, e nem eu vou falar o que tinha no bolso de Bilbo. As intenções de Gollum não era deixar o pobre hobbit ir embora, ainda mais pensando em ter sido enganado por ele, mas graças a essa 'coisa' que tinha em seu bolso, ele conseguiu fugir aos olhos de Gollum. Bilbo consegue encontrar os anões e, inclusive, Gandalf.

E lá foram eles rumo a Montanha Solitária, passando por mais aventuras, para roubar o tesouro de Smaug e devolver a seus verdadeiros donos. E como dominar uma criatura como essa?


"A minha armadura é dez vezes como escudos, meus dentes são espadas, 
minhas garras são lanças, o choque da minha cauda é um raio, 
as minhas asas são um furacão, e minha respiração é a morte!"

Pois é, o inabalável estava enganado. Mas afinal, o que aconteceu com o temível Smaug? 

E os anões recuperaram os seus tesouros? Reforços por parte dos parentes de Dain estavam chegando, como também quem se aproximava eram os orcs e wargs para se vingar. Junta-se elfos, homens, águias, mais Beorn em forma de urso, todos esses, que de alguma  forma ajudaram no percurso para os anões e Bilbo chegarem até ali. A batalha estrava travada. Quem venceu e o que aconteceu depois de tudo isso, eu não vou contar. Corra ler o livro!

Avaliação:   😊😊😊😊😊