quinta-feira, 29 de março de 2012

Um diamante que não tem preço

Pequena menina de quase dois anos, de um metro de altura, com o seu jeito robusto e de corpo mediano correndo para lá e para cá atrás de uma bola.O sol que reflete em sua pele clara, a deixa da cor do leite, de tão branca que é. Seus cabelos castanhos recebem um tom avermelhado da claridade.

Um sorriso revela seus dentes de leite pequenos e brancos. Os olhinhos puxados e espertos vivem a procura de coisas diferentes para xeretar, com os seus dedinhos longos. Sua mãozinha é gordinha, seu pé se parece com um daqueles pães bisnaguinha, dependendo do calçado não entra em seu pé.

O narizinho se parece com o de uma boneca. As orelhinhas pequenas carregam em cada uma delas um gracioso binco de pedrinha branca. A sua boquinha vermelha já balbucia papai, mamãe, vovó, titia e várias palavras sem nexos. Suas perninhas fortes vivem a pular degraus de escadas. Uma bronca a gente dá, e lá vai ela sair correndo para não a alcançarmos.

Com todo o seu peso de um pouco mais de três sacos de arroz de 5 quilos, ela vive a pular em minha barriga ou em minhas costas, para brincarmos de cavalinho. Os elasticos de cabelo que eram para ficar em seus lugares na cabeça, viram pulseiras em seus bracinhos que dá vontade de morder.

Muito travessa ela é, carregando a ingenuidade de uma criança, com um coraçãozinho de ouro, que me proporciona muito carinho e felicidade, me fazendo agradecer todos os dias, esse grande diamante que Deus me deu.

* Esse texto também se encontra no site http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/3584523
* imagem  retirada do site: http://www.decasamentomarcado.com/2010/11/aniversario-da-mae-da-noiva.html

quarta-feira, 28 de março de 2012

MILLÔR FERNANDES


Hoje eu farei uma homenagem a um grande cartunista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor Millôr Fernandes. Milton Viola Fernandes ou Millôr, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 1923, mas em seu registro consta a data de 27 de maio de 1924. Devido a uma caligrafia duvidosa em seu registro, o que era para ser Milton, veio a ser Millôr. Filho de Maria Viola Fernandes e Francisco Fernandes. Seu pai era um imigrante espanhol, engenheiro, e morreu aos 36 anos de idade, dois anos depois de seu nascimento. Sua mãe, devido a isso, começa a trabalhar como costureira para sustentar os quatro filhos. Eram pobres, mas ele passou uma infância feliz ao lado de seus parentes, principalmente com a avó italiana  Dona Concetta de Napole Viola.

Estudou em escola pública Ennes de Souza, de 1931 a 1935. adorava ler historias em quadrinhos, em especial a do "Flash Gordon". Influenciado pelo Alex Raymond, começa a fazer seus primeiros rabiscos. O que mais tarde, pela influência de seu tio Antônio Viola, seu primeiro trabalho é publicado no jornal carioca "O Jornal".

Em 1936, com 12 anos, ele perde a mãe. Ela morre com 36 anos. Millôr e seus irmãos vão morar na casa de seu tio Francisco, por parte de mãe, que tinha quatro filhos. Em 1938, começa a trabalhar entregando remédios para o médico Luiz Gonzaga da Cruz Magalhães Pinto. Pouco depois, é empregado pela pequena revista "O Cruzeiro", como editor e depois, como repaginador e factótum. Ele escreve uma crônica com o pseudônimo "Notim" e ganha o concurso, passa a ser promovido para a revista "A Cigarra" como arquivista. Fernando Chateaubriand o chama para escreve uma matéria na "A Cigarra", cria e escreve o Poste Escrito, como nome de Vão Gôgo. Usando o mesmo pseudônimo, ele envia matérias para "Diário da Noite". E depois, assume a direção da revista "A Cigarra", "O Gun" e o gibi "Detetive".

Em 1938 a 1943, estuda no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Traduz o livro "Dragon Seed", de Pearl S. Buck, e adapta para "A Estirpe do Dragão" (1942), tornando-se um tradutor autodidata. Em 1941, ainda com o pseudônimo Vão Gôgo, assume uma seção "O pif-paf", na revista "O Cruzeiro", ao lado do cartunista Péricles.

Em 1946, escreve o livro "Eva sem costela - Um livro em defesa do homem", assinado como Adão Júnior, sendo ele o seu primeiro. Em 1948 casa-se com Wanda Rubino. Em 1949, publica "Tempo e Contratempo", como Emmanuel Vão Gôgo. Também escreve um roteiro para cinema, "Modelo 19", e o filme é lançado como "Amanhã será melhor". Em 1951, lança a revista "Voga", durando somente cinco edições.

Em 1956, ele divide a primeira colocação com o famoso cartunista norte-americano Saul Steinberg, na "Exposição Internacional de Caricatura de Buenos Aires". Em 1957, ele consegue expor as suas obras no Museu da Arte Moderna do Rio de Janeiro, sozinho.

Em 1962, o pseudônimo Vão Gôgo deixa de existir, e em seu lugar, passa a assinar como Millôr. Em 1963, escreve uma matéria "A verdadeira história do Paraíso", para a revista "O Cruzeiro", a igreja católica não gosta, causa polêmica, e ele sai da revista. Depois passa a escrever para o jornal português "Diário Popular", e em 1968, escreve uma coluna semanal para a revista "Veja".

Em 1969, funda o jornal "O Pasquim", em companhia de Jaguar, Ziraldo, Tarso de Castro e outros. Anos depois, escreve a peça de teatro "Computa, computador, computa", escreve livros como: "Esta é a verdadeira história do Paraíso", "Trinta nos de mim mesmo", "É". Traduz obras em inglês e francês. Faz pinturas, desenhos, textos, entre outros. Retorna a revista "Veja" em 2004 e fica até 2009. Colabora com o jornal "Folha de S. Paulo", e cria seu site "www.millor.com.br", em 2002

Em fevereiro de 2011, Millôr sofre de AVC (Acidente Vascular Cerebral), fica na UTI alguns meses, recebe alta em 28 de junho. Passa mal alguns dias depois, fica internado, e hoje, dia 28 de março de 2012, ele vem a falecer por falência múltipla de órgãos e parada cardíaca.


quinta-feira, 22 de março de 2012

COMO ESTRELAS NA TERRA, TODA CRIANÇA É ESPECIAL

Depois de muito tempo sem escrever por aqui, devido a um emaranhado de acontecimentos em minha vida - exceto ontem que publiquei a poesia porque já estava pronta - hoje eu resolvi escrever sobre um filme que achei sensacional.

Seu nome é "Como estrelas na terra, toda criança é especial", ou "Taare Zameen Par", seu título original. O filme é do ator e diretor Aamir Khan, uma produção de Boollywood. Muitas pessoas com toda a certeza não viram esse filme, por achar que só o cinema americano é bom. Muitos não apreciam nem mesmo o de nossa própria cultura, muito menos se abrirá para outras que não sejam a de massificação americanizada.

É engraçado como os americanos tem todo um poder. Bastou aquele outro filme de Bollywood, "Quem quer ser um milionário?", ganhar premiações na 81º edição do Oscar para que todos da mídia, seja ela qual for, ou até mesmo pessoas fora da mídia, para que enxergassem que existem filmes além de Hollywood. Muito bem! Não entrarei em detalhes do porque do grande poder que infelizmente os americanos ainda exercem sobre nós, até porque eu seria chata, falando de todo o fator histórico. Quem sabe um outro dia eu falo sobre isso. Voltemos ao filme.

O filme conta a história de um menino, seu nome, Ishaan Awasthi, entre 8 e 9 anos. Ninguém o entende, ele não consegue acompanhar as aulas, é disperso, e as letras viram dançarinas em sua frente, tudo que está no papel parece tomar vida. Ele adora pintura, dono de belos desenhos, mas ninguém dá importância a isso.

Seu pai não o compreende, porque seu filho mais velho é um exemplo na escola, ao contrário de Ishaan, que repetiu duas vezes a 3º série. Ignorando o problema de seu filho, numa postura rude, ele acha que o problema do menino é a preguiça, achando que ele o engraçadinho na escola. Sendo assim, a correção para tudo isso, seria colocá-lo em um colégio interno com uma educação rígida.

Sua mãe mal podia optar em relação a tudo isso, mas o coração de mãe ficou despedaçado a saber dessa decisão tomada pelo pai. Ishaan ficaria longe da família, longe do amor de sua mãe, da companhia de seu irmão e de seu pai. Indo para lá ele sente a falta de todos eles, ficando triste, depressivo, se sentindo abandonado naquele lugar que diz ser a sua correção. Os mesmos problemas permaneceram, regredindo o seu andamento escolar.

Um dia, porém, aparece um professor substituto de artes, Ram Shankar, que também dava aulas em uma outra escola para crianças especiais, diferentemente dos outros professores, ele é sensível. Uma sensibilidade que fez com que percebesse que Ishaan sofria de dislexia.

Vai conversar com os pais do menino, mas vê que é impossível a conversa. O professor resolve agir, conquistando a confiança do menino, ele que sofrera com o mesmo problema, consegue alfabetizá-lo. Uma alegria começa a surgir, e a vontade de viver ressurge. Seu pai apesar de rude, se emociona com todo o progresso do menino.

Um filme bem emocionante, sensível, e por mais que seja ficção, muitos casos como esse acontecem realmente em muitas escolas e famílias. Todos os pais querem filhos vencedores, o que acontece de muitas famílias não aceitarem filhos com dificuldades no aprendizado, ignorando completamente o seu problema, intitulando-o de preguiçoso. Escolas que não percebem essas dificuldades dos alunos, ou até mesmo percebem, mas passam por cima, deixando um oco, que futuramente resultará em problemas.

Esse é o filme completo: (Caso a tela não aumente, clique no link abaixo para assistir direto do Youtube.)
Ficha Técnica
Título: Taare Zameen Par
Título Traduzido: Como estrelas na terra, toda criança é especial
Gênero: Drama
Ano: 2007
Tempo de duração: 165 min;
País de origem: Índia
Diretor: Aamir Khan

quarta-feira, 21 de março de 2012

PRESENTE

Vibro na alegria,
Acanho na tristeza,
Penso e repenso,
No erro e no acerto.

Amo intensamente,
Faço uma pintura,
Escrevo um poema,
Canto uma canção.

Dou piruetas, gargalho,
Tudo parece tão grande em minha volta,
Fico solitário no silêncio,
Contemplo o tempo passar.

Nessa imensidão, me perco,
O vento assopra levando tudo,
Minha juventude...

Um presente eu ganho,
Esse ninguém me rouba,
É somente meu,
Comigo levarei até a eternidade.