quarta-feira, 28 de março de 2012

MILLÔR FERNANDES


Hoje eu farei uma homenagem a um grande cartunista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor Millôr Fernandes. Milton Viola Fernandes ou Millôr, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 1923, mas em seu registro consta a data de 27 de maio de 1924. Devido a uma caligrafia duvidosa em seu registro, o que era para ser Milton, veio a ser Millôr. Filho de Maria Viola Fernandes e Francisco Fernandes. Seu pai era um imigrante espanhol, engenheiro, e morreu aos 36 anos de idade, dois anos depois de seu nascimento. Sua mãe, devido a isso, começa a trabalhar como costureira para sustentar os quatro filhos. Eram pobres, mas ele passou uma infância feliz ao lado de seus parentes, principalmente com a avó italiana  Dona Concetta de Napole Viola.

Estudou em escola pública Ennes de Souza, de 1931 a 1935. adorava ler historias em quadrinhos, em especial a do "Flash Gordon". Influenciado pelo Alex Raymond, começa a fazer seus primeiros rabiscos. O que mais tarde, pela influência de seu tio Antônio Viola, seu primeiro trabalho é publicado no jornal carioca "O Jornal".

Em 1936, com 12 anos, ele perde a mãe. Ela morre com 36 anos. Millôr e seus irmãos vão morar na casa de seu tio Francisco, por parte de mãe, que tinha quatro filhos. Em 1938, começa a trabalhar entregando remédios para o médico Luiz Gonzaga da Cruz Magalhães Pinto. Pouco depois, é empregado pela pequena revista "O Cruzeiro", como editor e depois, como repaginador e factótum. Ele escreve uma crônica com o pseudônimo "Notim" e ganha o concurso, passa a ser promovido para a revista "A Cigarra" como arquivista. Fernando Chateaubriand o chama para escreve uma matéria na "A Cigarra", cria e escreve o Poste Escrito, como nome de Vão Gôgo. Usando o mesmo pseudônimo, ele envia matérias para "Diário da Noite". E depois, assume a direção da revista "A Cigarra", "O Gun" e o gibi "Detetive".

Em 1938 a 1943, estuda no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Traduz o livro "Dragon Seed", de Pearl S. Buck, e adapta para "A Estirpe do Dragão" (1942), tornando-se um tradutor autodidata. Em 1941, ainda com o pseudônimo Vão Gôgo, assume uma seção "O pif-paf", na revista "O Cruzeiro", ao lado do cartunista Péricles.

Em 1946, escreve o livro "Eva sem costela - Um livro em defesa do homem", assinado como Adão Júnior, sendo ele o seu primeiro. Em 1948 casa-se com Wanda Rubino. Em 1949, publica "Tempo e Contratempo", como Emmanuel Vão Gôgo. Também escreve um roteiro para cinema, "Modelo 19", e o filme é lançado como "Amanhã será melhor". Em 1951, lança a revista "Voga", durando somente cinco edições.

Em 1956, ele divide a primeira colocação com o famoso cartunista norte-americano Saul Steinberg, na "Exposição Internacional de Caricatura de Buenos Aires". Em 1957, ele consegue expor as suas obras no Museu da Arte Moderna do Rio de Janeiro, sozinho.

Em 1962, o pseudônimo Vão Gôgo deixa de existir, e em seu lugar, passa a assinar como Millôr. Em 1963, escreve uma matéria "A verdadeira história do Paraíso", para a revista "O Cruzeiro", a igreja católica não gosta, causa polêmica, e ele sai da revista. Depois passa a escrever para o jornal português "Diário Popular", e em 1968, escreve uma coluna semanal para a revista "Veja".

Em 1969, funda o jornal "O Pasquim", em companhia de Jaguar, Ziraldo, Tarso de Castro e outros. Anos depois, escreve a peça de teatro "Computa, computador, computa", escreve livros como: "Esta é a verdadeira história do Paraíso", "Trinta nos de mim mesmo", "É". Traduz obras em inglês e francês. Faz pinturas, desenhos, textos, entre outros. Retorna a revista "Veja" em 2004 e fica até 2009. Colabora com o jornal "Folha de S. Paulo", e cria seu site "www.millor.com.br", em 2002

Em fevereiro de 2011, Millôr sofre de AVC (Acidente Vascular Cerebral), fica na UTI alguns meses, recebe alta em 28 de junho. Passa mal alguns dias depois, fica internado, e hoje, dia 28 de março de 2012, ele vem a falecer por falência múltipla de órgãos e parada cardíaca.


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