segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dê valor enquanto é tempo



Outro dia eu estava parada, encostada na parede de um comércio, esperando uma pessoa. Pessoas vão, pessoas vem, e nada da pessoa. Foi então, que nesses longos minutos de espera, uma cena me chamo a atenção.

Descendo a rua movimentada, um 'aborrecente' de mais ou menos 18 anos xingava sua mãe, com insultos, chamando-a de burra, idiota e tudo mais. Me parecia que foi tudo por causa de uma briga de amigos e ela foi interferir. Só faltava ele bater na mãe. E não faltava muito. Essa que por nove meses certamente o carregou em sua barriga, e ainda custeia todos os seus gastos.

A pobre senhora, coitada, com os seus 50 e poucos anos, estava acanhada, e com vergonha das pessoas que olhavam para ela. Ela, com os seus olhos marejados, não sabia o que fazer, se chorava de tristeza, ou simplesmente olhava para o chão. Fiquei atônita. Uma sensação de impotência. Queria bater no rapaz. Mas infelizmente, isso só pioraria a situação. E assim, eles desceram a rua, até sumir de vista, entrando a direita no final da rua.

Então, fiquei imaginando, a quantidade de mães que ficam quietas, sofrendo caladas, vendo seus filhos levantarem a voz para elas, ou até mesmo batendo-as. Não somente fazem isso com as mães, como com todos aqueles que lhe parece indefeso, são avós, pais, colegas de classe.

Não sabemos bem ao certo, de quem é a culpa de tudo isso, mas ultimamente, a culpa toda vem caindo sobre a escola. Muitos pais estão achando que é a escola que tem que educar os seus filhos, ou melhor dizendo, os professores. Já não basta todo o conteúdo escolar que ele tem que passar para o aluno. Ele ainda tem que educar? Não! Isso o professor não faz mães. Ele estudou para lecionar àquilo que se refere a matéria escolhida para a sua graduação. E não para dar aulas de bons modos. Isso é lição de casa.

Fui criada em uma família tradicional japonesa. Aonde a educação é mais do que rígida. Tudo o que aprendi a respeito de bons modos levei de casa. Ninguém de fora me ensinou. Fora, sabíamos discernir o que era certo e errado, e até mesmo aquilo que era absurdo aos olhos de qualquer um. Com apenas um olhar de minha mãe, já sabia o que era o errado. Sabia respeitar os mais velhos.

Hoje em dia os filhos tem muito mais liberdade com os pais, por um lado pode ser bom, mas por outro, ficamos nos perguntando, "até aonde vai o limite da liberdade? ". Uma liberdade, aonde os pais deixam seus filhos insultá-los, e eles não fazem nada por isso. Liberdade que não respeita os mais velhos. O não simplesmente não existe. Existe uma lei que é proibido bater e gritar com os filhos. E vice-versa? Existe?

Sabe qual é o maior erro de tudo isso? O de pensarmos que tudo é eterno. Que nossos entes queridos jamais nos deixarão. Muitas vezes as pessoas maltratam pessoas que as amam muito. Não dão valor a elas. Mas quando elas se vão, as fichas caem, já é tarde. Não há como pedir perdão, muito menos trazê-las de volta, e fazer tudo diferente.

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