quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sonho de criança


Outro dia, eu estava correndo, brincando, gargalhando, e tudo mais. Parecia que eu era uma criança demasiadamente feliz, como nunca fui, tão saltitante, brincando com todos e todos me incluindo em suas brincadeiras. Eu e muitas crianças estavamos nos divertindo. Eramos livres em uma terra desconhecida.

Um lugar misterioso e convidativo. Uma rua que dava em uma viela. Uma viela calma que se abria no formato de uma piscina sem forma, com um imenso chafariz. Um chafariz que cuspia muita água límpida. Em seu chão muitas moedas douradas, que reluziam com o sol. Sua água desembocava em um lindo lago cheio de peixes coloridos.

Em uma das bordas do lago tinha uma placa dizendo que Mr. Frog habitava por alí. Mais a frente lá estava ele, dentro do lago, em cima de uma vitória-régia. Como um marajá, ele exibia a sua cartola preta e seu charuto recém aceso. Em suas baforadas, muitos desenhos se formavam. Algumas crianças tentavam alcançar os desenhos. Mas suas tentativas eram frustrantes.

Muitos pássaros voavam, eles pareciam participar de nossas brincadeiras. Pássaros de penas longas e coloridas. Alguns tinham em suas penas mínúsculas pedras brilhantes, que formavam flores. Pareciam que alguém as tinham vestidas em vestes de gala.

O gato branco dormia tranquilamente no parapeito da janela de um das casas da viela. Um bichano gordo, de pelos longos. Seu ar preguiçoso era um destaque. Mesmo com a nossa gritaria, ele não estava nem aí, podia o mundo acabar, e lá estava ele, deitado, desdenhando da nossa gritaria.

Muitas árvores compunham o cenário. As crianças escalavam elas para pegar frutas. Frutas vermelhas, amarelas, laranjas. Cada árvore com o seu fruto. Nunca tinha visto aqueles frutos tão deliciosos, doces e apetitosos. Os macacos também comiam os frutos. Eles competiam com as crianças gulosas. Cada vez que um fruto era apanhado, outro fruto ocupava o mesmo lugar.

A chuva veio e todos vibraram com a ela. Cada pingo, uma comemoração. Uma chuva passageira. Que logo a chuva se foi e o sol voltou todo reluzente, trazendo um lindo arco-íris. Uma das pontas do arco-íris acabava no chafariz. Muitas crianças tentavam pegar as cores flutuantes. Mas nenhuma delas tiveram sucesso. De repente, as cores foram sumindo e dando lugar para a beleza do pôr-do-sol. Todas ficavam encantadas, e apreciavam o tal fenômeno, presente da natureza.

Ninguém se cansava. Não tinha adultos para proibir. Não tinha relógio para contar as horas. Eramos donos de nós mesmos em um mundo de ninguém.

Comecei a escutar uma música. Ela foi aumentando, aumentando e aumentando. Até que me dei conta, de que toda aquela realidade era um sonho. No momento em que abri os meus olhos, eu queria voltar. Queria ser um daqueles bruxinhos de JK Howling, e poder 'aparatar'. Voltaria para aquele lugar mágico. Um lugar cheio de encanto.

Esse texto você pode encontrar no link: http://www.recantodasletras.com.br/juvenil/3442388

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