segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

"Um conto de natal" - Charles Dickens

Como estamos próximos da data mais alegre, feliz e esperada por muitos, quer dizer, com exceção de Scrooge. Sim! A data a qual me referi é a do Natal. A época das mesas fartas, de todos reunidos, da fraternidade, novamente, exceto para Scrooge. Não esquecendo, que para os católicos, a comemoração do nascimento de Jesus.

Você deve estar me perguntando quem é Scrooge?

Pois bem, já falarei dele. Hoje eu vou escrever sobre o livro "Um conto de Natal", um grande clássico de Charles Dickens, foi escrito em 1843.

O livro traz a história do velho e pão-duro Ebenezer Scrooge, que nem no dia do velório de seu sócio Marley, companheiro e amigo de trabalho de muitos anos, ele poupou a fazer negócios. Uma pessoa totalmente fria e áspera, que jamais um coração acalorado poderia aquecê-lo.

"O frio e  o calor tinham pouca influência sobre Scrooge. Calor algum podia aquecê-lo e nem o vento do inverno esfriá-lo. Nenhum vento que soprasse era mais áspero que ele, nenhuma neve que caísse era mais insistente e determinada em seus propósitos e nenhum temporal podia ser mais desagradável."

Na véspera do Natal, seu sobrinho cheio de alegria e, generoso que era, vai até a empresa do avarento onde ele estava trabalhando, como em todos os outros anos, para chamá-lo para ceiar com a família, mas, como sempre, ele recusou o convite.

"– Que motivos você tem para estar feliz sendo pobre desse jeito? - Scrooge
– Se for por isso, que motivos tem o senhor para estar tão mal-humorado, que razões para estar tão ranzinza, sendo rico desse jeito? - sobrinho"

Preferindo ficar solitário em sua casa. Para o velho, o Natal era coisa de pessoas tolas, as pessoas ficavam felizes a toa, gastavam dinheiro sem precisar. Também, não viam porque de ser solidário nessa época, uma vez que já 'contribuía' pagando os impostos. Quando dois cavalheiros aparecem em sua empresa pedindo contribuição:

"– Já que os senhores querem saber o que penso, eis minha resposta. Não festejo o Natal e 
não me dou ao luxo de alegrar vagabundos. Contribuo para o sustento das instituições 
de que falei antes, e isto é o bastante. Quem estiver passando necessidade, que procure por elas."

De noite, já em sua casa, aparece o fantasma de Marley, seu ex-sócio, com correntes pelo corpo. 

"– Carrego a corrente que fiz em vida – respondeu o Fantasma. – Fiz cada um destes elos,
metro por metro, e enrolei-os em volta da cintura, por minha livre vontade, e por livre vontade
arrasto-os por toda a parte. Olhe para esta corrente, não se parece com alguma que você
conhece?"

Falou das consequências que ocorreram com ele após a morte, devido as coisas que andou fazendo enquanto estava vivo. Coisas que se assemelhavam com a pessoa dele. O velho ranzinza estava em uma mistura de dúvida e medo. Não sabia se aquilo era real, mas ao mesmo tempo tinha medo também. O orgulho, a frieza, a aspereza estava sumindo nesse momento e dando lugar ao pavor. Então, o fantasma deixou um recado dizendo que três fantasmas iriam visitá-lo.

O primeiro fantasma foi o Fantasma dos Natais Passados, ele apareceu, levando-o para um passeio no passado. Mostrando que ele tinha mais compaixão, não era frio e ranzinza. Tinha o desprezo do pai, mas o carinho da irmã. Além de ver, a perda do seu grande amor, o início de quando começou a ser o que é hoje.

O segundo fantasma apareceu, o Fantasma do Natal Presente, e mostrou o quanto ele estava sendo egoísta como patrão, sendo injusto com o seu funcionário, pagando um salário muito baixo. Viu o que ele perdeu por ser avarento, presenciando seu antigo amor com família constituída e feliz. Também foi visitar a festa natalina, ao qual foi convidado e não foi. Nesta festa, em uma conversa entre seus sobrinhos:

"– Sua riqueza não lhe serve para nada, nem para fazer um bem qualquer a alguém. 
Sequer lhe serve para tornar a sua própria vida mais confortável. Não tem nem mesmo
 a satisfação de pensar que um dia nós é que iremos desfrutar de toda essa fortuna! 
Há! Há! Há! - sobrinho"

E por último, o Fantasma do Natal Futuro, a princípio mostrou conversas em um velório. Ao que parecia, de uma pessoa com muito dinheiro. Pessoas comentando com quem iria ficar todo o dinheiro, outras querendo se aproveitar da situação. Então, o fantasma andando entre as lápides, parou e apontou para uma delas, Scrooge nesse momento estava tremendo e foi ver:

"– Antes que eu me aproxime da lápide para a qual você está apontando, responda uma
pergunta: essas são as sombras das coisas que vão acontecer ou daquelas que poderão
acontecer?"

Estaria tarde demais para que Scrooge pudesse reverter esse triste destino? Ou estava nas mãos dele mudar o fim da sua história? O final eu deixo para que vocês leiam e descubram. E mais, leiam porque vale muito a pena. 

O conto é maravilhoso e já foi utilizado em muitas adaptações como no cinema, teatro, até mesmo quadrinhos, como no personagem de Tio Patinhas. É um livro que nos faz refletir sobre aquela tal frase que muitos dizem por aí sobre 'muito dinheiro trazer felicidade'. E quando se trata de mesquinharia? Não apenas isso, mas a importância de sermos solidário, os valores humanos, a presença do espírito natalino não apenas no Natal, mas para a vida.

Avaliação:   😊😊😊😊😊

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