sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

"Cazuza - Só as mães são felizes" - Lucinha Araújo

Hoje, eu vou escrever sobre o livro de um ídolo, uma figura icônica que marcou o rock nacional dos anos 90. Você vai me falar algumas figuras, e dentre essas, com certeza estará ele. Sim! É o Cazuza. Para quem é fã do Cazuza, assim como eu, ficará curiosa em saber algo mais sobre esse artista. O livro é uma biografia do Cazuza, ao qual, Regina Echeverria ouve o depoimento de Lucinha Araújo, mãe do cantor e poeta.

O livro inicia com o Cazuza no hospital, quando o seu estado de saúde está péssimo. Ele está morrendo. Vítima de AIDS, seu estado era deplorável. Naquela época, a medicina ainda não tinha muito conhecimento sobre doença, e muitos que contraiam a doença acabavam morrendo. Chegou a fazer tratamentos no Brasil e no exterior, mas de nada adiantou.

Ou seja, o livro começa com a morte do cantor, e depois vai para 'o como tudo começou'. Época em que Cazuza ainda não existia. Inicia com Lucinha, que viria a ser mãe de Cazuza, quando era mais nova, até quando conheceu o seu futuro marido e pai do Cazuza, João Alfredo. Toda a trajetória de vida de ambos e o relacionamento com seus pais, no caso avôs de Cazuza, também são mencionados.

Lucinha e João se casam e vão morar em Ipanema. Três meses depois, vem a notícia da gravidez. Em 4 de abril de 1958, numa sexta-feira santa, Cazuza vem ao mundo. Mas com nome de registro de Agenor de Miranda Araujo Neto, nome de seu avô, que acabaram por apelidar...Bom! Vocês já conhecem o apelido. No livro também traz o verdadeiro significado do apelido, que deixarei para vocês descobrirem ao ler.

Desde pequeno, apesar de tímido, era arteiro. Gostava de brincar com fogo. Levou um esfregão de pimenta na boca por falar palavrão à sua mãe. Costumava dizer:

"- Quando eu desobedeço e minha mãe fica zangada, sai fogo pelo nariz dela e cresce rabo."

O tempo foi passando e Cazuza foi estudar no colégio Santo Ignácio, mal esperavam que toda a rigidez e seus métodos que aplicavam faria com que o garoto se rebelasse com tudo aquilo. Durante o tempo de criança, tinha aptidão para muitas coisas. Era criativo. Adorava criar histórias de vários gêneros. Também gostava de geografia. Era curioso, e adorava consultar a Enciclopédia Barsa.

Mas quando chegou na época da juventude, a rebeldia e a teimosia se acentuou. Conheceu a bebida e a droga, que passaram a fazer parte de sua vida. Estudou arte dramática no exterior. Foi trabalhar na Som Livre com o pai, escrevendo releases dos artistas, função pelo qual se saiu muito bem. Foi o maior incentivador para sua mãe cantar chegando a gravar um disco. Foi estudar fotografia no exterior, mas não chegou a concluir.

Como seu pai trabalhava na gravadora, teve conhecimento com muitos profissionais da área, e também teve contato com muitos artistas. Léo Jaime, músico, sabia que uma banda estava precisando de vocalista, então, apresentou Cazuza. Formou-se, então, a banda Barão Vermelho, onde ele passou a ser o vocalista e letrista. A banda fez muito sucesso. Cazuza conseguiu sair da casa dos pais para morar sozinho em Leblon, local onde passou a ser ponto de altas festas.

Após desentendimento com a banda, Cazuza anuncia a sua saída e inicia a carreira solo. Em suas canções são muito nítida suas ideologias, o momento político em que o Brasil vivia, desilusões amorosas, o amor que tinha dos pais, sexo, droga, a doença. Tudo, era relacionado a sua vida e no que girava em torno dele.

"Espero que, no futuro, não se esqueçam do poeta que sou. Que as pessoas não se esqueçam de que, mesmo num mundo eletrônico, o amor existe. Existem o romance e a poesia. Que mais crianças venham a nascer e é fundamental o amor aos pais."

Após a descoberta de que havia contraído o vírus da AIDS, ele continuou fazendo os shows, mas vezes ou outra, seu estado de saúde piorava. As tosses eram constantes. Chegou um momento que não teve mais jeito, parou de fazer show. A maior parte do tratamento foi realizado em Boston. Em julho de 1990, aos 32 anos, Cazuza veio a falecer.

Lucinha precisava de forças para continuar vivendo sem seu filho, senão ela morreria por dentro, ficaria deprimida. Depositou toda a sua força que ainda restava fundando uma instituição que abrigaria pacientes soropositivos, a Sociedade Viva Cazuza.



"Só as Mães São Felizes é uma homenagem às pessoas que vivem o lado escuro da vida, aquelas que preferiram trocar o escritório pela rua, que resolveram viver e escrever a vida."

É um bom livro para ser lido. Para quem é fã, é obrigatório. Você se emociona em muitas partes do livro. Entende as consequências de uma 'vida louca' tanto as boas, como as ruins. E sabe, que apesar de morto, a 'alma' desse ídolo ainda continua por aí nos rádios, nas TVs, na internet e na essência da Sociedade Viva Cazuza, que vem, desde então, contribuindo para a sociedade, dando assistência para muitas pessoas portadoras de HIV.

Avaliação:   😊😊😊😊😊

Um comentário:

Anônimo disse...

Cazuza realmente vive nos dias de hoje! No estado em que se encontra esse país, com toda certeza se ele estivesse aqui, com toda essa energia e loucura, seria mais que visto, seria sim um dos artistas mais expostos a uma opinião revolucionária! Viva Cazuza!