sábado, 14 de janeiro de 2017

"O menino do pijama listrado" - John Boyne

Hoje, eu vou falar de um livro muito interessante para jovens que adoram uma história com pano de fundo histórico. Pelo menos para mim, histórias desse tipo me fazem parecer reais, obviamente, àquelas que são ficcionais. O livro é "O menino do pijama listrado", de John Boyne, e foi adaptado para cinema em 2008. Uma história que, realmente, você fica na dúvida se ela é real ou ficção, mas ela é fictícia.

A história se passa na Alemanha nazista e, quando falamos do nazismo, para aqueles que tem uma base de estudo em história geral, lembramos logo da forma covarde como os judeus foram tratados, dos campos de concentração, a política instaurada por Hitler, holocausto, atrocidades, entre outras coisas que ocorreram na época. Apesar de se tratar de algo tão denso como esse, o autor conseguiu deixar a narrativa de uma forma doce e inocente.

Bruno tem nove anos, mora em Berlim, e ao chegar em sua casa depara com Maria, a governanta da casa, fazendo as suas malas. Ele não entende nada. Aflito com tudo aquilo, vai tirar satisfação com a sua mãe, mas não está convencido de sua justificativa. Sua mãe lhe diz que estariam mudando por causa do trabalho de seu pai. Ele chegou a conclusão de que não sabia em que seu pai trabalhava. Apenas que:

"Só era capaz de dizer que seu pai era um homem para ser observado e que o Fúria tinha grandes planos para ele. Ah, e que ele também tinha um uniforme fantástico."

O que o Bruno não sabia era que seu pai era um importante militar nazista e trabalhava para o que chamavam de Fúria. No livro não deixa claro mas, certamente, o pai dele trabalhava para o Hitler.

Os preparativos para as mudanças estavam ocorrendo. Bruno ainda não estava convencido da ideia de deixar a casa, os seus amigos Karl, Daniel, Martin, e de ter que adiar os planos que tinham com eles. Assim, contra a sua vontade, acabou indo para a nova casa em Haja-Vista. Como era muito diferente da casa que moravam, em Berlim. Ao redor não haviam ruas, pessoas andando, lojas e bancas, tudo parecia vazio e solitário. Ele estava muito chateado com tudo aquilo.

Contemplando as janelas dos quartos, em particular a dele, Bruno e sua irmã Gretel vê algo que os fazem ficar curiosos. Meninos de todos os tamanhos, homens de todas as idades...e as mulheres? Onde estão elas? Que lugar era aquele? Que são todas aquelas pessoas? O que elas fazem lá? Quantas pessoas! Todos usavam uma espécie de pijama e boné cinza listrado. Aquilo era assustador e curioso!

Desde que se mudou raramente via seu pai, ele passava a maior parte do tempo trancado em um escritório onde era Proibido Entrar em Todos os Momentos Sem Exceção. Bruno aprendeu dele uma saudação que consistia em juntar os dois pés, a palma estendida, vinda do peito para a frente, dizendo:

"Heil Hitler", disse, o que Bruno presumia ser outra forma de dizer: “Bem, até logo, tenha uma boa tarde”. 

O menino adorava explorar lugares mas, em Haja-Vista ele estava proibido de fazer isso. Algo o encabulava desde o dia que chegou na nova casa. Sua vontade era maior que a proibição, então, resolveu caminhar, até que encontrou e leu uma plaquinha de bronze que dizia:

“Campo de HajaVista”, prosseguiu, tropeçando no nome como de costume. “Junho de 1940.”

Continuou a explorar envolto da cerca, e encontrou um menino, o Shmuel. Começaram a conversar. Bruno fazia questão de ir todos os dias para conversar com o novo amigo, também levava comida para ele. Falavam de como eram suas vidas antes de Haja-Vista, de como é viver agora na cidade, mas nenhum deles tinha a noção do que estava acontecendo naquele momento. Ambos vão relatando o que estão passando, cada qual em seu lado da cerca.

"Certa tarde, Shmuel apareceu com um olho roxo, e quando Bruno perguntou por que seu olho estava daquele jeito, ele simplesmente balançou a cabeça e disse que não queria falar sobre aquilo. Bruno imaginou que houvesse valentões por todo o mundo..."

Shmuel não vê mais o seu pai. Queria muito encontrá-lo. Passa a procurá-lo, mas não tem sucesso na busca e pede ajuda para o seu amigo Bruno. Ele aceita ajudá-lo. Infelizmente essa inocente amizade o leva a distorção da imaginação que Bruno tinha daquele lugar, levando-o para um caminho sem volta. Bruno tinha o sonho de voltar para Berlim. Aliás, era tudo o que queria. O que teria acontecido com Bruno? E o pai de seu amigo Shmuel foi encontrado? Teria Bruno realizado o seu grande sonho? Deixo para que vocês descubram lendo o livro. Talvez se o pai de Bruno tivesse saciado a curiosidade do menino, muitas coisas seriam diferentes.

O livro é muito bom, mas é bem triste, eu fiquei bem emocionada em diversas partes do livro. A história toda traz a delicadeza da inocência e pureza de duas crianças em um ambiente nada delicado. Para elas, judeus e alemães não tem distinção porque a ideologia ainda não foi implantada em suas mentes. Não tem a noção do que é uma guerra, aliás, não sabiam que estavam em uma. Vale a pena ler!

Avaliação:   😊😊😊😊😞

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